A Umbanda com seus fascínios levam-nos muitas vezes a cometer erros grosseiros e perigosos. Todo iniciante na Umbanda, fica deslumbrado com os mistérios que a envolvem.
Incorporações, psicografias, intuições, curas, tudo isso é muito fascinante, porém devemos tomar muito cuidado com o que fazemos.
Temos que ter noção exata de que estamos lidando com o desconhecido e com espíritos que como nós, já passaram pelo que estamos passando, temos que ter noção de que lidamos com vidas e emoções das quais não temos controle.
O médium não é mais importante nem melhor que ninguém, visto que todo mundo é médium e todos tem a capacidade de fazer algo de bom, só que de formas diferentes. A mediunidade não é um dom, é orgânica, todos nascem com ela, por isso não podemos e não devemos nos sentir diferentes ou melhores que essas pessoas que vem nos pedir ajuda, só porque estamos do lado de quem Ajuda e não do lado de quem pede.
No caso de psicografias o cuidado é o mesmo se não for maior, pois lidamos com emoções muito fortes como perdas de entes queridos, e o simples fato de a pessoa imaginar que se trata de seu ente que escreve ali já é algo muito sério e sabemos que como dizia Chico Xavier “O telefone só toca de lá pra cá”.
Há lugares que pegam nomes e datas e trazem mensagens, porém nem sempre são os entes que ali vem, pois não é permitido; para vir um espírito desencarnado dar sua mensagem a seus parentes, envolvem-se muitas coisas, como merecimento de ambos os lados, condições emocionais e psíquicas de ambos os lados, entre outras coisas.
Não é que esses centros façam a coisa errada, pois uma boa palavra nas horas de dor pode transformar corações, mas há lugares que tem pessoas de má fé que se aproveitam desse momento de dor das pessoas e os enganam com mensagens que muitas vezes são inventadas por eles próprios.
Por tudo isso é preciso ter muita responsabilidade ao se colocar um nome em uma mensagem, ao se dispor a receber essas mensagens é preciso que se ligue com a espiritualidade e com pensamentos de muita luz, para que não tenhamos pela frente espíritos zombeteiros que querem se aproveitar desses momentos.
Quanto às incorporações, mais especificamente na Umbanda, o cuidado deve ser muito grande também, pelo fato desse deslumbramento, dessa vontade louca de incorporar e começar a atender as pessoas, ser algo muito forte o que é normal, pois todos passam por isso, mas o perigo que se passa com isso são os de deixarem-se levar pelo fascínio e achar que por terem incorporado algumas vezes, já são os donos do pedaço, os famosos “Tacia” “ta se achando...”
Ai começa alguns problemas que levam muitas casas ao fim. Médiuns da corrente, mesmo os já desenvolvidos, que querem ajudar seus amigos, acham que podem incorporar em casa, a hora que querem, sem toda aquela proteção e firmezas que existem nos Centros o que, muitas vezes, traz enormes transtornos as pessoas envolvidas e ao próprio Centro em que trabalha, pois ao fazer isso fora da corrente, corre-se o risco de ser, digamos “pego” por um zombeteiro que age e fala como o Guia da própria pessoa para ter a confiança dos mesmos, e ai corre o sério risco de levar tudo isso o que aprendeu por água abaixo, pois ao voltar para corrente leva consigo uma falange de obsessores que podem por tudo a perder na Casa em que freqüenta.
A mediunidade é coisa muito séria e é preciso muitos cuidados para se “incorporar”, coisa que só deve ser feita nos locais preparados para isso, ou seja, o Centro. Em casa não se deve fazer esse tipo de coisa pelo perigo que se corre, mesmo os mais experientes, com anos de Umbanda podem cair no risco, pois todo está envoltos por espíritos de pouca ou nenhuma luz que só esperam um segundo de nossa brecha para poderem atacar.
Se houver necessidade de algum tipo de trabalho fora do Centro, isso em caso de extrema necessidade deverá ter uma forte corrente de médiuns preparados e desenvolvidos para sustentação do trabalho, além de muitas firmezas que necessitam ser feitas.
A Umbanda é caridade pura e simples, sem cobranças de nada além do que se refere à reforma íntima. Faça sua parte que os Guias te ajudam fazendo a parte deles.
Evitem cair no orgulho e na vaidade que é o mal de muitos Pais e Mães de Santo que se deixam levar pela ganância do dinheiro e do poder efêmero que ele traz, jogando fora, muitas vezes, toda uma encarnação que se desperdiça pela falta de força e compreensão em não cair em tentação. Tenham em mente somente o lema do Espiritismo e da Verdadeira Umbanda:
“Fora da Caridade não há salvação”
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